sexta-feira, 22 de maio de 2015

Tudo o que você sempre quis saber sobre DST, mas tinha medo de perguntar (Parte I)

Devido à enorme quantidade de informações sobre o assunto decidi fragmentá-lo em partes. Na parte I abordarei as principais DSts causadas por bactérias.
Doenças Sexualmente Transmissíveis - DSTs - são causadas por uma variedade de microrganismos dentre eles: bactérias, vírus e até mesmo protozoários. Como o próprio nome já diz, são doenças transmitidas via contato sexual.
O termo “Doenças Sexualmente Transmissíveis” está entrando em desuso, nas mais recentes publicações, pesquisadores estão utilizando a terminologia “Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”. A razão para essa mudança é que o conceito de “doença” implica em sinais e sintomas, enquanto a maioria das pessoas infectadas pelos microrganismos transmitidos sexualmente não apresenta sinais ou sintomas, ou seja, o indivíduo infectado fica assintomático.
Sífilis – é uma doença causada pela bactéria Treponema Pallidum, de evolução crônica, é altamente contagiosa transmitida principalmente pela atividade sexual, incluindo sexo oral e anal, mas, pode também ser transmitida de uma mãe infectada para o feto (sífilis congênita). Sem tratamento a doença progride, ocorrendo muitos estágios reconhecidos. No primeiro estágio, pode aparecer feridas que geralmente são indolores, e por conta disso, é facilmente passada despercebida, esta ferida dura de 3 a 6 semanas e cura independentemente de haver ou não tratamento, o tratamento adequado visa que a doença avance para os demais estágios.
Durante o estágio secundário, o indivíduo pode ter erupções na pele e ou feridas em sua boca, vagina ou ânus, a erupção possui uma coloração vermelha ou castanho avermelhada nas palmas das suas mãos e/ou dos pés. A pessoa pode apresentar outros sintomas como: febre, gânglios linfáticos inchados, dor de garganta, perda de cabelo, dores de cabeça, perda de peso, dores musculares, e fadiga. Sem o tratamento adequado, a infecção vai passar para as fases latentes e possivelmente tardias da sífilis.
Sem o tratamento, a pessoa pode continuar a ter sífilis em seu corpo por anos sem quaisquer sinais ou sintomas. Cerca de 10-30 anos após o início da infecção, os sintomas da fase tardia da sífilis incluem dificuldade em coordenar os movimentos musculares, paralisia, dormência, cegueira e demência. Nas fases tardias da sífilis, a doença danifica os seus órgãos internos e pode resultar em morte. Atualmente, raramente os casos de sífilis progridem até esse estágio.

Era uma doença fatal, até o desenvolvimento da penicilina* em 1928 que foi descoberta de forma acidental por Alexander Fleming, médico bacteriologista.
* A penicilina é obtida através de um fungo do gênero Penicilium, é geralmente eficaz contra espécies de StreptococcusClostridiumNeisseria. É utilizada em casos de meningite bacteriana, pneumonia, faringite, sífilis, gonorreia, otite e algumas infecções da pele. A penicilina já não é a primeira escolha em infecções por Staphylococcus devido à resistência desse gênero (quem nunca tomou benzetacil!?!?).
Gonorréia – causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae. Os homens percebem a infecção gonorreica pela dor ao urinar e eliminação de corrimento amarelado pela uretra. O período de incubação é bastante curto, de apenas alguns dias; a maioria mostra sintomas em menos de uma semana. Em homens e mulheres, a gonorreia não tratada pode se disseminar e se tornar uma doença sistêmica grave. Complicações da gonorreia podem envolver as articulações,como joelhos, o coração (endocardite gonorreica), os olhos, a faringe e outras partes do corpo. A mãe pode transmitir ao bebê no momento do parto pelo canal vaginal e se infectar os olhos do bebê pode deixá-lo cego.
O aumento da atividade sexual com múltiplos parceiros e o fato de que a doença na mulher pode não ser reconhecida facilmente contribuem para esse aumento da incidência desta e de outras DSTs. O uso de contraceptivos orais também contribuiu para esse aumento, pois, frequentemente substituem os preservativos que ajudam a prevenir a transmissão de doenças.
Clamídia – É uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Não é fácil o diagnóstico da clamídia uma vez que os sintomas nem sempre são aparentes. Mas quando eles ocorrem, eles geralmente são perceptíveis dentro de 1-3 semanas de contato e pode incluir o seguinte: Corrimento vaginal anormal que pode ter um odor, dor abdominal com febre, dor ao ter relações sexuais, ardência ao urinar, coceira, dor nos testículos. O tratamento é feito à base de antibióticos orais, normalmente azitromicina, o(a) parceiro(a) também deve ser tratado para evitar a reinfecção e uma maior propagação da doença. Clamídia não tratada pode desencadear problemas mais sérios de saúde como Doença Inflamatória Pélvica (infecção das tubas uterinas em mulheres), inflamação na próstata e no epidídimo (nos homens), até mesmo  infertilidade.
Lembrando que na suspeita de uma DST, a pessoa deve procurar um médico especializado como ginecologista, urologista ou infectologista para as devidas orientações e a realização do tratamento correto.


sexta-feira, 15 de maio de 2015

A cadeia de males do DDT

Centenas de milhões de anos foram necessários para produzir a vida que habita na Terra, algumas vidas foram extintas, outras se desenvolveram, evoluíram, se estendendo por todos os continentes até que alcançassem um estado de equilíbrio com o meio ambiente.
O homem, porém, é o único ser capaz de destruir, ás vezes, de modo irremediável o meio ambiente. Como pode a raça humana, seres inteligentes produzirem substâncias, venenos tão potentes capazes de não só matar “pragas”, mas, contaminar tudo à sua volta e causar a morte da sua própria espécie.
Milhares de substâncias químicas são sintetizadas todos os anos em laboratórios e liberadas no ambiente, os animais e as plantas e nós seres humanos entramos em contato com elas e ninguém sabe os efeitos a longo prazo.
Quando tais compostos químicos foram produzidos com o intuito de matar “pragas” de lavoura, não esperavam que ali naquele ecossistema a teoria de Darwin relativo à sobrevivência dos mais fortes pudesse conferir às pragas maior resistência ao “veneno”, resultando na necessidade de sintetizar substâncias químicas ainda mais potentes e até mesmo, letais. A aniquilação de pragas com pesticidas trouxe ao meio ambiente um dano imprevisível, pois, tais compostos podem se acumular nos tecidos dos animais, uma vez que a maioria é lipossolúvel, ou seja, possuem afinidade com o tecido adiposo e possuem a propriedade de se acumularem ao longo da cadeia alimentar prejudicando todos os animais sobretudo, os predadores do topo da cadeia.
Chamamos de poluentes orgânicos persistentes (POPs) as substâncias químicas orgânicas resistentes à degradação biológica, apresentando efeitos cumulativos e deletérios ao meio ambiente. Os POPs mais conhecidos são os pesticidas do grupo dos organoclorados, destacando-se o dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), considerado uma das substâncias sintéticas mais utilizadas e estudadas durante o século XX. As propriedades inseticidas do DDT foram descobertas em 1939, quando passou a ser adotado no combate à malária. Também foi utilizado na Segunda Guerra Mundial para a prevenção de tifo em soldados; além de fazer parte do controle de outras doenças tropicais, como a leishmaniose visceral. 
Em função de sua grande eficiência e baixo custo, em meados da década de 1940 o DDT passou a ser largamente utilizado na agricultura e na pecuária, combatendo pragas que prejudicavam a produção. Só os Estados Unidos produziram mais de 80 mil toneladas/ano de DDT no início dos anos 1960, até que surgiram, nessa mesma década, os primeiros indícios de que se tratava de um grave poluente! A primeira manifestação contra o uso indiscriminado do DDT foi em 1962, com o célebre livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson. A autora sugeriu que esse poluente seria a principal causa da redução populacional de diversas aves, muitas delas de topo de cadeia, como a águia-calva (símbolo dos EUA) e o falcão-peregrino. 
Mais tarde, atribuiu-se ao DDT graves efeitos sobre o homem e vários outros animais, como: câncer (fígado, pâncreas), lesões renais, supressão imunológica, deficiência reprodutiva, atuação sobre o sistema nervoso central, provocando alterações de comportamento, distúrbios sensoriais, convulsões, risco de Alzheimer, paralisia e até mesmo a morte dependendo da dose e do tempo de exposição. Além disso, as substâncias nocivas têm a possibilidade de serem transmitidas pelo aleitamento materno, podendo comprometer diretamente as condições de saúde da geração seguinte, mesmo que o contato mais direto com o agrotóxico deixe de existir.
Além da acumulação nos tecidos, os POPs são transportados através de correntes atmosféricas e oceânicas por longas distâncias, podendo atuar bem longe de sua fonte. Resíduos de DDT e outros organoclorados são encontrados nas regiões mais remotas da Terra, como em altas altitudes nos Andes ou mesmo nos pólos.

O DDT foi banido na década de 1970 dos Estados Unidos e no Brasil, só em 2009 o DDT teve sua fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso proibidos.
Muitos trabalhadores rurais foram expostos ao DDT sem nenhum equipamento de proteção durante a década de 90, hoje já doentes lutam na justiça para serem indenizados. Muitos infelizmente, não estarão presentes quando sair a indenização, é triste aqui é Brasil, a justiça tarda e às vezes falha.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Quebrando o tabu - HIV

Mais do que mostrar a morfologia e a características do vírus é importante falar de prevenção e também do preconceito que os soropositivos (pessoas infectadas pelo vírus HIV) sofrem. Não deveria ser difícil falar sobre HIV em pleno ano de 2015 o que mostra que este assunto é um verdadeiro tabu!
Apesar do acesso às informações através da internet e das redes sociais, jovens continuam não utilizando preservativos em suas relações sexuais apesar das campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde. O HIV é uma doença ainda sem cura e que sem os devidos tratamento debilita o sistema imunológico da pessoa podendo levá-la a morte. Os atuais medicamentos impulsionados pela pesquisa das grandes farmacêuticas propiciam um aumento de sobrevida e da qualidade de vida do portador. O soropositivo ainda sofre muita discriminação, principalmente porque foi durante muitos anos uma doença que fez parte dos chamados grupos de risco: gays, bissexuais e usuários de drogas injetáveis, inclusive durante os anos 80 era chamada de “câncer gay”. Com o passar dos anos, a infecção rapidamente ganhou caráter de pandemia, mas são nos países subdesenvolvidos que a epidemia possui índice alarmantes, sobretudo na África. Só a África Subsaariana sozinha responde por cerca de 69 por cento de todas as pessoas que vivem com o HIV. 
Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Comportamentos de risco incluem: 
  • Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada sem o uso de preservativos;
  • Múltiplos parceiros sem o uso de preservativos;
  • Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis;
  • Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.
Outras duas formas de contágio que não estão relacionadas com comportamento de risco:

  • De mãe infectada para o filho durante a gestação, no parto ou durante a amamentação;
  • Transfusão de sangue e/ou derivados do sangue contaminado com o HIV.
Passados 30 anos, desde o início da epidemia, muitos preconceitos ainda persistem e devem ser quebrados um deles é a realização do próprio teste de diagnóstico, os programas e as campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde têm tentado atingir grande parte da população, existem hoje centenas Centros de Testagens e Aconselhamento (CTA) em todo o Brasil, infelizmente ainda não estão disponíveis em todos municípios, os CTAs são locais onde é promovido o acesso universal ao diagnóstico e à prevenção do HIV e demais DST (hepatites B, C e sífilis), lá os testes são realizados de forma anônima com a presença de profissionais como assistentes sociais, enfermeiros, médicos.
O Brasil é um dos poucos países que disponibilizam de forma gratuita através do SUS todo o tratamento para os soropositivos, além do acesso aos medicamentos antirretrovirais, existe também o trabalho em conjuntos com médicos e psicólogos. O Ministério da Saúde também dará início a um estudo inédito no País para o uso de tecnologias de prevenção inovadoras, como a Profilaxia Pré-Exposição (PREP) que envolve a utilização diária de um medicamento antirretroviral, por pessoas não infectadas, para reduzir o risco de aquisição do HIV através de relações sexuais. Além do PREP é também oferecido pelo SUS a Profilaxia Pós-Exposição que é uma forma de prevenção pelo HIV usando os medicamentos utilizados no tratamento, para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus, por exemplo, em um sexo desprotegido e a pessoa não conhece a sorologia do parceiro. Para a eficácia do medicamento, ele deve ser administrado em até 72 horas após o contato.           
Hoje a AIDS não é mais aquela doença fatal onde só restava ao indivíduo esperar pela morte e é válido lembrar que nem todos os portadores do HIV irão desenvolver a AIDS, pois, através dos medicamentos a doença se tornou crônica e controlável, ainda assim os soropositivos são estigmatizados pela sociedade, muitos preferem omitir a sua sorologia para seus familiares e sobretudo, no ambiente de trabalho. Os pais e professores não estão suficientemente preparados para falar de saúde preventiva com crianças e jovens, em especial de temas como HIV, DST, drogas o que é uma pena, pois, a maior barreira enfrentada na epidemia do HIV é o preconceito.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

O meu, o seu, o nosso lixo

Irei começar esse assunto fazendo uma pergunta clássica: o que é o lixo para você? Muitas pessoas dirão que é tudo que é resto, coisas inúteis, velhas, tudo que não é mais utilizado. E como é fácil jogarmos coisas velhas fora (pessoas fazem isso umas com as outras), é só colocar na rua que um caminhão de lixo passa recolhendo e dormimos sem nos preocupar aonde esse lixo irá parar. Tudo o que queremos é ver o lixo distante das nossas vistas, e por isso, damos as costas a ele, como se nossa responsabilidade acabasse na porta de nossa casa.
Cada brasileiro produz em média diariamente 1 kg de lixo, parece pouco, mas quando multiplicado pelos quase 200 milhões de brasileiros este 1 kg se transforma em uma imensa montanha de tranqueiras, restos e tudo mais, e isso tudo por dia! Imaginem agora anualmente!

      A geração de lixo cada vez maior está entranhada nas sociedades capitalistas onde impera a seguinte ordem: Comprar! Comprar! Comprar! Comprar mesmo que você não precise daquele item, mas você o quer só porque está na moda ou porque seu coleguinha possui ou simplesmente pelo prazer que o ser humano tem de ostentar Jogamos fora coisas que não estão quebradas, mas simplesmente porque está “obsoleto”.
Conforme os brasileiros melhoram seus padrões de qualidade de vida consequentemente maior é o poder de compra, o que faz com a população gere cada vez mais lixo inorgânico, como embalagens descartáveis, PETs, latas e não há investimento ou interesse do governo em implementar programas de coleta seletiva ou reciclagem de materiais.
Como deixaremos o planeta para nossos filhos e netos é a partir da consciência de cada um que podemos contribuir para um mundo melhor, sei que isso é clichê, mas se ninguém fizer a sua parte daqui a 20, 30 anos a Terra será um local muito pior do que é hoje. Primeiro, devemos consumir apenas o necessário, sem exageros, deixando de jogar fora sobras e produzindo pouco lixo. Além disso, temos que ter responsabilidade social e ambiental sobre nosso consumo, sabendo de onde vem e como é produzido o que estamos comprando.
Prefira os produtos de procedência limpa, produzidos respeitando o meio ambiente e as condições de trabalho (diga não ao trabalho escravo). Procure também embalagens que respeitem o ambiente, de preferência as reutilizáveis, e evite as descartáveis. Você pode até pagar mais caro, mas estará fazendo o que se chama consumo consciente. Mudanças básicas na sua atitude irão refletir em seus filhos, ao evitar o desperdício, valorizar a sustentabilidade ambiental e economizar água, parece pouco, mas, além de ser sua parcela de responsabilidade social, deve ser motivo de orgulho para sua família e uma questão de respeito ao meio ambiente. 


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Doenças Re(Emergentes)

Saúde não é apenas a ausência de doença, em um sentido mais amplo saúde é o resultado das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde.
Obviamente a ideia de saúde para algumas pessoas é diferente para outras. Um sujeito que mora em uma cobertura na Zona Sul com certeza frequenta hospitais com uma assistência e estrutura melhor que a de um sujeito que vive no interior do sertão nordestino. O indivíduo que tem acesso à um bom serviço de saúde, melhores médicos, possui uma alimentação saudável terá uma qualidade de vida superior em comparação com quem não tem acesso às condições básicas de higiene e saúde.
As mazelas e a desigualdade social cada vez mais evidentes impostos pelo sistema capitalismo mostra o ressurgimento de doenças devido às condições precárias de sobrevivência da população e do sistema fragilizado de saúde dos países subdesenvolvidos. Dito isso, países de 3º mundo são os que mais sofrem com doenças que antes estavam silenciadas e têm vindo à tona (doenças reemergentes) e com as novas epidemias (doenças emergentes).
Emergência de novas doenças como Ebola, AIDS, “Vaca louca”, a Gripe aviária, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), entre outras, e à reemergência de doenças que pareciam sob controle, como a dengue, cólera, malária, difteria, febre amarela e tuberculose têm se tornado cada vez mais presentes no mundo.

Vejamos alguns fatores que promovem o aparecimento de doenças emergentes e reemergentes:
  • As viagens internacionais permitem que pessoas conheçam o mundo todo e se tornem verdadeiros reservatórios ambulantes de vírus e bactérias;
  • O inchaço populacional nas metrópoles dos países de terceiro mundo aliado a falta de estrutura; 
  • Falta de saneamento básico adequado;
  • Invasão do homem em áreas estritamente selvagens promovendo um contato maior com animais silvestres infectados por vírus;
  • Alterações ambientais e mudanças climáticas;
  • Redução dos recursos para ações de controle de doenças. 

O Brasil reúne as condições necessárias para a emergência e reemergência de doenças infecciosas. Cabe ao governo adotar política públicas voltadas para a saúde como campanhas de prevenção, investimentos em pesquisas biomédicas e em hospitais, aumentar recursos para atingir 100% da rede de saneamento básico e principalmente, possuir procedimentos para atender casos de doenças infecto-contagiosas.



sexta-feira, 1 de maio de 2015

As temíveis Superbactérias!


Superbactérias???

Não, não são bactérias super musculosas, mas sim, bactérias que adquiriram resistência a antibióticos ao longo do tempo. Quando temos alguma infecção seja de garganta, urinária, sinusite, o médico receita um antibiótico, a pessoa toma o medicamento e então, melhora. O que muitas vezes acontece é que a pessoa por conta própria compra o antibiótico e faz uso indiscriminado dele ou toma de maneira incorreta, parando antes do tempo estipulado pelo médico. Quando isto acontece, existe a possibilidade de algumas bactérias sofrerem uma mutação genética adquirirem resistência, a partir disso, ao se reproduzirem elas irão transferir o gene resistente para as demais. Certo tempo depois, o antibiótico já não fará mais efeito, e isso é perigoso, pois, a quantidade de antibióticos desenvolvidos no mundo é limitado e nem todos servem para destruir todos os microrganismos.
Os antibióticos formam um tipo especial de medicamentos que agem contra os microrganismos podendo inibi-los o destruí-los de diversos modos:

  • Inibindo a formação da parede celular;
  •  Lesando a membrana citoplasmática;
  •   Interferindo com a síntese protéica;
  •  Inibindo o metabolismo dos ácidos nucleicos.
Os hospitais, principalmente os centros cirúrgicos, necessitam de um rigor para o controle de bactérias. São nos hospitais que pacientes adquirem a infecção hospitalar que se não for tratada inicialmente pode levar o paciente a óbito. Hospitais são locais que propiciam a instalação e o desenvolvimento de superbactérias por uma série de fatores:

  • Uso de diversos tipos de antibióticos promovendo a resistência de bactérias;
  •  Pacientes com o organismo debilitado, são os mais suscetíveis a adquirirem uma infecção hospitalar, pois estão doentes ou passaram por cirurgia;
  • Falta de procedimentos de higienização do centro cirúrgico e desinfecção de instrumentos cirúrgicos ou até mesmo dos cirurgiões ou integrantes de sua equipe;
  • Lavagem das mãos feita de maneira incorreta.
Exemplos de algumas superbactérias:
- KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) - é uma das mais comuns na atualidade. O contágio é feito através de contato com secreções e o ambiente hospitalar, que não segue normas de desinfecção. Pode causar pneumonia, infecções no sangue e no sistema urinário entre outros problemas. Caso não seja combatida de forma correta, pode gerar um quadro de infecção generalizada, levando o paciente infectado à morte.  Há casos no país de pessoas que foram ao óbito após serem infectadas pela KPC.
Staphylococcus aureus - causadora de infecções no sistema respiratório e na pele. 
Enterecoccus - causadora de infecções no sistema urinário e nas válvulas do coração. 
Proteus - causadora de infecções no sistema urinário e nos intestinos.
Streptococcus - causadora de infecções no sistema respiratório.

Dicas importantes: 
- Antes e depois de entrar em contato com uma pessoa doente, lavar muito bem as mãos com sabão; 
- Tomar antibióticos somente com prescrição e acompanhamento médico. Não interromper o tratamento, mas se precisar fazer por algum motivo (alergia ou efeitos colaterais), comunicar o médico;
- E para os que trabalham em hospitais: fazer de forma rigorosa e eficiente todos os procedimentos de higienização e desinfecção.