Mais do que mostrar a morfologia e a
características do vírus é importante falar de prevenção e também do
preconceito que os soropositivos (pessoas infectadas pelo vírus HIV) sofrem.
Não deveria ser difícil falar sobre HIV em pleno ano de 2015 o que mostra que
este assunto é um verdadeiro tabu!
Apesar do acesso às informações através
da internet e das redes sociais, jovens continuam não utilizando preservativos
em suas relações sexuais apesar das campanhas promovidas pelo Ministério da
Saúde. O HIV é uma doença ainda sem cura e que sem os devidos tratamento
debilita o sistema imunológico da pessoa podendo levá-la a morte. Os atuais
medicamentos impulsionados pela pesquisa das grandes farmacêuticas propiciam um
aumento de sobrevida e da qualidade de vida do portador. O soropositivo ainda
sofre muita discriminação, principalmente porque foi durante muitos anos uma
doença que fez parte dos chamados grupos de risco: gays, bissexuais e usuários
de drogas injetáveis, inclusive durante os anos 80 era chamada de “câncer gay”.
Com o passar dos anos, a infecção rapidamente ganhou caráter de pandemia, mas
são nos países subdesenvolvidos que a epidemia possui índice alarmantes,
sobretudo na África. Só a África Subsaariana sozinha responde por cerca de
69 por cento de todas as pessoas que vivem com o HIV.
Atualmente, fala-se em comportamento de
risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma
geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos.
Comportamentos de risco incluem:
- Relação
sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada sem o uso de
preservativos;
- Múltiplos
parceiros sem o uso de preservativos;
- Compartilhamento
de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis;
- Reutilização
de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados
pelo HIV.
Outras duas formas de contágio que não
estão relacionadas com comportamento de risco:
- De
mãe infectada para o filho durante a gestação, no parto ou durante a
amamentação;
- Transfusão
de sangue e/ou derivados do sangue contaminado com o HIV.
Passados 30 anos, desde o início da
epidemia, muitos preconceitos ainda persistem e devem ser quebrados um deles é
a realização do próprio teste de diagnóstico, os programas e as campanhas
realizadas pelo Ministério da Saúde têm tentado atingir grande parte da
população, existem hoje centenas Centros de Testagens e Aconselhamento
(CTA) em todo o Brasil, infelizmente ainda não estão disponíveis em todos
municípios, os CTAs são locais onde é promovido o acesso universal ao
diagnóstico e à prevenção do HIV e demais DST (hepatites B, C e sífilis), lá os
testes são realizados de forma anônima com a presença de profissionais como
assistentes sociais, enfermeiros, médicos.
O Brasil é um dos poucos países que
disponibilizam de forma gratuita através do SUS todo o tratamento para os
soropositivos, além do acesso aos medicamentos antirretrovirais, existe também
o trabalho em conjuntos com médicos e psicólogos. O Ministério da Saúde também
dará início a um estudo inédito no País para o uso de tecnologias de prevenção inovadoras,
como a Profilaxia Pré-Exposição (PREP) que envolve a utilização diária de um
medicamento antirretroviral, por pessoas não infectadas, para reduzir o
risco de aquisição do HIV através de relações sexuais. Além do PREP é
também oferecido pelo SUS a Profilaxia Pós-Exposição que é uma forma de
prevenção pelo HIV usando os medicamentos utilizados no tratamento, para
pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus, por exemplo, em um sexo
desprotegido e a pessoa não conhece a sorologia do parceiro. Para a eficácia do
medicamento, ele deve ser administrado em até 72 horas após o contato.
Hoje a AIDS não é mais aquela doença
fatal onde só restava ao indivíduo esperar pela morte e é válido lembrar que
nem todos os portadores do HIV irão desenvolver a AIDS, pois, através dos
medicamentos a doença se tornou crônica e controlável, ainda assim os
soropositivos são estigmatizados pela sociedade, muitos preferem omitir a sua
sorologia para seus familiares e sobretudo, no ambiente de trabalho. Os pais e
professores não estão suficientemente preparados para falar de saúde preventiva
com crianças e jovens, em especial de temas como HIV, DST, drogas o que é uma
pena, pois, a maior barreira enfrentada na epidemia do HIV é o preconceito.
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