segunda-feira, 11 de maio de 2015

Quebrando o tabu - HIV

Mais do que mostrar a morfologia e a características do vírus é importante falar de prevenção e também do preconceito que os soropositivos (pessoas infectadas pelo vírus HIV) sofrem. Não deveria ser difícil falar sobre HIV em pleno ano de 2015 o que mostra que este assunto é um verdadeiro tabu!
Apesar do acesso às informações através da internet e das redes sociais, jovens continuam não utilizando preservativos em suas relações sexuais apesar das campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde. O HIV é uma doença ainda sem cura e que sem os devidos tratamento debilita o sistema imunológico da pessoa podendo levá-la a morte. Os atuais medicamentos impulsionados pela pesquisa das grandes farmacêuticas propiciam um aumento de sobrevida e da qualidade de vida do portador. O soropositivo ainda sofre muita discriminação, principalmente porque foi durante muitos anos uma doença que fez parte dos chamados grupos de risco: gays, bissexuais e usuários de drogas injetáveis, inclusive durante os anos 80 era chamada de “câncer gay”. Com o passar dos anos, a infecção rapidamente ganhou caráter de pandemia, mas são nos países subdesenvolvidos que a epidemia possui índice alarmantes, sobretudo na África. Só a África Subsaariana sozinha responde por cerca de 69 por cento de todas as pessoas que vivem com o HIV. 
Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Comportamentos de risco incluem: 
  • Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada sem o uso de preservativos;
  • Múltiplos parceiros sem o uso de preservativos;
  • Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis;
  • Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.
Outras duas formas de contágio que não estão relacionadas com comportamento de risco:

  • De mãe infectada para o filho durante a gestação, no parto ou durante a amamentação;
  • Transfusão de sangue e/ou derivados do sangue contaminado com o HIV.
Passados 30 anos, desde o início da epidemia, muitos preconceitos ainda persistem e devem ser quebrados um deles é a realização do próprio teste de diagnóstico, os programas e as campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde têm tentado atingir grande parte da população, existem hoje centenas Centros de Testagens e Aconselhamento (CTA) em todo o Brasil, infelizmente ainda não estão disponíveis em todos municípios, os CTAs são locais onde é promovido o acesso universal ao diagnóstico e à prevenção do HIV e demais DST (hepatites B, C e sífilis), lá os testes são realizados de forma anônima com a presença de profissionais como assistentes sociais, enfermeiros, médicos.
O Brasil é um dos poucos países que disponibilizam de forma gratuita através do SUS todo o tratamento para os soropositivos, além do acesso aos medicamentos antirretrovirais, existe também o trabalho em conjuntos com médicos e psicólogos. O Ministério da Saúde também dará início a um estudo inédito no País para o uso de tecnologias de prevenção inovadoras, como a Profilaxia Pré-Exposição (PREP) que envolve a utilização diária de um medicamento antirretroviral, por pessoas não infectadas, para reduzir o risco de aquisição do HIV através de relações sexuais. Além do PREP é também oferecido pelo SUS a Profilaxia Pós-Exposição que é uma forma de prevenção pelo HIV usando os medicamentos utilizados no tratamento, para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus, por exemplo, em um sexo desprotegido e a pessoa não conhece a sorologia do parceiro. Para a eficácia do medicamento, ele deve ser administrado em até 72 horas após o contato.           
Hoje a AIDS não é mais aquela doença fatal onde só restava ao indivíduo esperar pela morte e é válido lembrar que nem todos os portadores do HIV irão desenvolver a AIDS, pois, através dos medicamentos a doença se tornou crônica e controlável, ainda assim os soropositivos são estigmatizados pela sociedade, muitos preferem omitir a sua sorologia para seus familiares e sobretudo, no ambiente de trabalho. Os pais e professores não estão suficientemente preparados para falar de saúde preventiva com crianças e jovens, em especial de temas como HIV, DST, drogas o que é uma pena, pois, a maior barreira enfrentada na epidemia do HIV é o preconceito.


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